A polícia francesa retirou dezenas de migrantes do átrio da Câmara Municipal de Paris, numa altura em que a capital se prepara para assinalar os 100 dias até ao início dos Jogos Olímpicos.
Pelo menos 150 pessoas, na sua maioria mulheres com filhos pequenos e menores não acompanhados da África subsariana, acamparam na segunda-feira junto à praça central de Paris para denunciar a sua situação e exigir alojamento ao Estado, de acordo com as agências internacionais.
Durante os últimos três meses, estas pessoas tinham sido alojadas num espaço de acolhimento aberto pela associação de assistência a imigrantes ilegais e refugiados Utopia 56, no 20º bairro de Paris. No entanto, na segunda-feira de manhã, o espaço de 180 lugares foi encerrado, em conformidade com o acordo assinado com o proprietário no início do ano.
Estas pessoas seguiram, agora, de autocarro para a cidade de Besançon, no leste de França, onde vão ser alojadas em instalações provisórias do Estado.
Várias organizações humanitárias têm vindo a denunciar o que chamam de “limpeza social” da capital, no período que antecede os Jogos Olímpicos deste verão.
Os trabalhadores da Utopia 56, que têm distribuído alimentos, cobertores e fraldas a dezenas de migrantes, nos últimos dias, receiam que a deslocação destas pessoas seja o início de um esforço mais vasto das autoridades parisienses para expulsar os migrantes e outras pessoas que dormem na rua, sem oferecer opções de alojamento a longo prazo, segundo as agências internacionais.
Os organizadores dos Jogos Olímpicos afirmam que estão a trabalhar com diferentes grupos de ajuda para encontrar soluções.